A Criação, Versículos 6 a 8 - Comentário de Matthew Henry / Gênesis

A Criação, Versículos 6 a 8 - Comentário de Matthew Henry / Gênesis

Comentário de Matthew Henry Gênesis 1 -  Versículos 6 a 8


A Criação

Temos aqui um relato da obra do segundo dia, a criação do firmamento, no qual observe:

1. A ordem de Deus a esse respeito: Haja um firmamento, uma extensão. Este é o significado da palavra grega, como um lençol esticado, ou uma cortina puxada. Isto inclui tudo o que é visível acima da terra, entre ela e o terceiro céu: o ar, as regiões superiores, do meio, e inferiores do globo celeste, e todas as esferas e órbitas da luz acima. O alcance é tão alto quanto o lugar onde as estrelas estão fixadas, porque aqui é chamado de firmamento do céu (ver 14,15), e tão baixo quando o lugar onde as aves voam, porque também é chamado de firmamento do céu, v. 20. Quando Deus fez a luz, designou o ar para ser o receptáculo e veículo de seus raios, e para ser um meio de comunicação entre o mundo invisível e o visível. Porque, embora entre o céu e a terra haja uma distância inconcebível, não há um abismo intransponível, como há entre o céu e o inferno. Este firmamento não é uma parede de divisão, mas um meio de comunicação. Veja Jó 26.7; 37.18; Salmos 104.3 e Amós 9.6. 

2. A sua criação. Para que não parecesse que Deus tivesse apenas ordenado que fosse feito, e que outra pessoa a fizesse, ele acrescenta: E Deus fez o firmamento. O que Deus exige de nós, Ele mesmo opera em nós. Caso contrário, nada é feito. Aquele que ordena a fé, a santidade e o amor, cria-os pelo poder da sua graça que acompanha a sua palavra, de forma que Ele possa ter todo o louvor. Senhor, dá-nos aquilo que tu ordenaste, e então ordene o que te agrade. E dito que o firmamento é a obra dos dedos de Deus, Salmos 8.3. Embora a vastidão de sua extensão declare que é a obra do seu braço estendido, a admirável excelência de sua constituição mostra que ela é uma curiosa obra de arte, a obra de seus dedos. 

3. O uso e projeto de se dividir as águas das águas, isto é, distinguir entre as águas que ficam envoltas nas nuvens e aquelas que cobrem o mar, as águas no ar e aquelas na terra. Veja a diferença entre estas duas águas que são cuidadosamente observadas, Deuteronômio 11.10,11, onde Canaã é relatada aqui em preferência ao Egito. O Egito foi umedecido e tornado frutífero com as águas que estão debaixo do firmamento, sim, o orvalho do céu, que não espera pelos filhos dos homens, Miquéias 5.7. Deus tem, no firmamento do seu poder, câmaras ou depósitos de onde Ele molha a terra, Salmos 104.13; 65.9,10. Ele também possui tesouros, ou depósitos de neve e granizo, os quais Ele tem reservado para os dias de batalhas e guerras, Jó 38.22,23. OH! Que grande Deus é aquele que assim tem suprido para o conforto de todos aqueles que o servem, e para a confusão de todos aqueles que o odeiam! E bom tê-lo como amigo, porém e terrível tê-lo como inimigo. 

4. A atribuição de nomes. Ele chamou o firmamento de céu. Este é o céu visível, o pavimento da cidade santa; é dito que Deus tem o seu trono acima do firmamento (Ez 1.26), porque Ele o preparou nos céus. Por esta razão foi dito que os céus dominam, Daniel 4.26. Não está Deus nas alturas do céu?, Jó 22.12. Sim, Ele está, e devemos ser levados pela contemplação dos céus que estão à nossa vista para que consideremos o Pai que está no céu. A altura dos céus deve nos fazer lembrar da supremacia de Deus e da distância infinita que há entre nós e Ele. O brilho dos céus e a sua pureza devem nos fazer lembrar de sua glória, majestade, e perfeita santidade. A vastidão dos céus, a abrangência da terra, e a influência que eles têm sobre ela, devem nos fazer lembrar de sua imensidão e providência universal.

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